Faz em março 2021, um ano que a quarentena começou oficialmente em Portugal. Março, o mês agora conhecido e bastante recordado pela comunidade escolar, pelo mês que fez fechar quase todas as escolas do mundo.
Segundo a UNESCO, até ao final do mês de abril de 2020, 185 países tinham encerrado as suas escolas, afetando 90% dos alunos do mundo. Como refere Ramon O’Callaghan “A pressa em avançar para o ensino à distância trouxe alguns riscos associados. Um deles é o das abordagens de aprendizagem não funcionarem bem.”
A necessidade de implementar este tipo de ensino, trouxe ao de cima um conjunto de competências que sendo essenciais para a sua implementação, as crianças, jovens e progenitores não estavam preparados para que elas fizessem parte do seu dia-a-dia. Assim, um conjunto de fatores externos tornaram-se limitadores do referido ensino, tais como, falta de equipamentos digitais (computadores, tablets, impressora, etc.) e a ligação à internet. Este ensino veio acentuar as diferenças já existentes ao nível do país, numa hera onde as tecnologias estão tão avançadas e a evoluir com muita rapidez, ainda temos um desfasamento significativo das grandes cidades, zonas de metrópole para as zonas recônditas do nosso do país.
Sistemas educativos “livres de desigualdades?
Como referido no Observatório das Desigualdades, novembro 2020, consulte AQUI
“Esta pandemia não encontrou sistemas educativos “livres de desigualdades”. Estes contextos institucionais, na sua construção histórica, têm marcas constitutivas de desigualdade. Mesmo sabendo que os recursos que os sistemas educativos geram são essenciais no alargamento de oportunidades educativas e sociais, na promoção da igualdade e mobilidade social (Martins, 2017; Martins et al., 2016), são também muito evidentes as manifestações de desigualdades no seu interior (Green, Preston e Janmaat, 2006).” Ao sistema educativo solicita-se que identifique e assegure o ensino presencial sempre que a criança/adolescente/jovem, não o consiga desenvolver em ensino a distância e que consequentemente mobilize recursos humanos e materiais que viabilizem o referido ensino.
Desigualdades entre os estudantes
Outra solicitação que foi feita e que acentuou as desigualdades entre os estudantes, foi o facto de estes necessitarem que as famílias se reorganizassem no sentido de os orientar, apoiar e acompanhar no processo ensino-aprendizagem. É do conhecimento geral que a organização familiar não é igualitária em todas as estruturas familiares. Visando tornar o ensino mais abrangente e integrador houve a nível mundial uma diversificação de recursos utilizados com o intuito de alcançar todas as crianças e as diferentes realidades mundiais, segundo o Observatório das Desigualdades, novembro 2020, “Em termos mundiais, o estabelecimento do ensino à distância teve formatos e dispositivos também muito distintos. (…) a internet foi o meio privilegiado para o retomar do contacto entre professores e estudantes. Na Europa, e excetuando o pré-escolar, o uso da internet foi de 100% em todos os níveis de ensino. Realidade bem diferente em África, onde esta possibilidade foi, comparativamente, mais reduzida, (…). De uma outra perspetiva, a utilização da internet reforçou-se sempre nos níveis de escolaridade mais avançados. A rádio só foi usada de forma relevante nos países africanos, (…). A televisão foi também um meio muito importante, nomeadamente em países africanos e asiáticos (…) e na Europa, embora tivessem prevalecido os formatos digitais, aquele meio serviu de dispositivo complementar ou de articulação com outros.”
5 Dicas para otimizar tempo e organização em casa
Em todos os momentos nos quais nos deparamos com dificuldades, devemos refletir com objetivo de encontrar estratégias que as ultrapassem. Entendemos que é imperativo organizar um horário com tarefas rotineiras fáceis de serem entendidas pelos estudantes, esse horário deve ser elaborado tendo por base:
1 – As características pessoais de cada pessoa, atendendo à sua necessidade de regulação da atenção, concentração e capacidade de trabalho (Conheça sua Personalidade AQUI e o seu Cronotipo AQUI).
2 – Definir um espaço, onde será realizada a atividade pedagógica/profissional que contemple a possibilidade de agregar os recursos que serão necessários para a executar (Veja AQUI dicas no artigo do CNET).
– Contemplar no horário momentos de paragem (Técnica do Pomodoro – ciclos de 20 minutos de foco atencional total), para a alimentação intermédia, exercícios de relaxamento (devido a postura) e atividades psicomotoras.
– Manter a rotina, contemplando horas de deitar, como de levantar, devendo salvaguardar as horas das refeições, os momentos de laser e o exercício físico, saiba mais AQUI
– Organizar atividades em família, com o intuito de desenvolver e estreitar as relações socio-emocionais.
Neste momento pandémico, que atualmente vivemos, vemo-nos privados dos momentos sociais e emocionais que regularmente vivíamos, pelo que, através dos recursos que temos disponíveis (Telemóvel, WhatsApp, Facebook, Instagram, etc.) deveram ser fomentadas atividades que potencializam essas competências e nos permitam autorregular emocionalmente, a par de prestarmos o apoio que os demais elementos no nosso campo social necessitarem.
Viseu.2021. Artigo escrito por Catarina Gonçalves (estagiária)
Referências
- Martins, S.C. e Matias, A.R. (2020). Um olhar Sociológico sobre a Crise Covid-19 em livro. 1º edição, Observatório das desigualdades. Lisboa.
- O´Callaghan, R, F. (2020, 12 de maio). Pós-covid 19: será o online o futuro da educação? Jornal de negócios.
Acho q se fizesses isso um pouco todo dia teríamos um dia melhor