O impacto do estudo em casa nas crianças

O impacto do estudo em casa nas crianças
O impacto do estudo em casa nas crianças merece a atenção, após o surgimento do novo coronavírus, o SARS-CoV-2, que originou  a designada COVID-19, após a sua identificação pela primeira vez em dezembro de 2019, na China.

Com a evolução da atual pandemia, o “Mundo” viu-se obrigado a um recolher obrigatório e ao fecho de todos os estabelecimentos. Quem mais sofre e sofreu com este confinamento? Em parte, as crianças. Tudo aquilo que era designada de rotina, do ir à escola, passou para aquilo que designamos de ecrã, seja de computador ou de um televisor.

O mundo sofreu profundadas alterações, e todos os seres tiveram que se adaptar a uma nova realidade, o passar a estar em casa, as crianças e os jovens viram a sua liberdade condicionada naqueles que seriam tempos de socialização, bem como a presença contínua do “trabalhar” em casa.

Estudar em casa, fazer todas as suas atividades escolares com os pais ou os irmãos, dispositivos disponíveis, que implicações é que esta nova dinâmica terá tido nas crianças?

Segundo Ramalho, V. ( (2021), no seu artigo “Como gerir o impacto do confinamento nas crianças e adolescentes”, publico no Jornal Público (AQUI), “há jovens que sentem um impacto mais negativo dadas as mudanças na dinâmica social e emocional das suas vidas, sentindo-se mais desmotivados, ansiosos e isolados”. “As crianças tiveram que se adaptar ao ensino online, ao facto de não terem a mesma duração de aulas, o não poderem ter os professores presentes no momento e por fim o facto de terem que ser ágeis nas tarefas que lhes são pedidas não lhes é tão benéfico como estarem presencialmente dentro de uma sala de aula”.

O auxílio constante

Algumas crianças não possuem competências digitais orientadas para computadores ou smartphones,  necessitam de apoio constante. Por outro lado, a dificuldade em articular áreas mais práticas, como a unidade curricular de Educação Física, uma disciplina com uma componente muito prática. Em casa torna-se muito difícil as crianças levarem a cabo este tipo de aulas, onde veem reduzida a cognição social, a interação com os pares, bem como a ausência de diversos materiais, e ainda o olhar atento da parte do professor, para uma execucação em segurança e correto atingir dos objetivos.

A ansiedade por mais e melhor

Outro factor, e este negativo, gravita em redor da ansiedade, stress e das birras que as crianças têm. A ânsia por voltar à escola, a ansiedade dos horários, o stress pela atenção e concentração por longos períodos de tempo, promovem mau estar físico, má disposição, reduzindo a sua capacidade atencional nas tarefas. Segundo um estudo desenvolvido por uma equipa do Instituto de Apoio à Criança (IAC) das investigadoras Fernanda Salvaterra e Mara Chora, concluíram que “No que diz respeito à ansiedade sentida pelas crianças, estas manifestaram níveis mais elevados nas situações em que as rotinas familiares sofreram alterações”, in Jornal Expresso (AQUI). O estudo avança ainda que “…quase 54% das crianças afirmou estar preocupada com a saúde dos avós, mas só 30% dos pais se aperceberam dessa preocupação. Noutro caso, 16,2% das crianças disse sentir-se amedrontada, mas só 6,3% dos pais constataram isso.” Existem muitas crianças que precisam de auxílio, porque têm mais dificuldades cognitivas, porque não percebem tão bem aquilo que a professora está a dizer ou a pedir, e isto pode ser um fator muito negativo”. “O isolamento elevou ansiedade para níveis disfuncionais em 10% de crianças em estudo”.

A situação é pior para crianças que vivem com baixos rendimentos, com um acesso à internet reduzido, existem falta de equipamento e, por vezes, não têm espaço em casa. . Um estudo divulgado pela SuperAwesome, empresa americana de tecnologia em meios digitais “crianças entre 6 e 12 anos passaram cerca de 50% do seu tempo de quarentena em frente a telas, ou seja, metade do dia”.

Dicas para um bom desempenho

Segundo a Ordem dos Psicológos – Covid19 Dossier para a Comunidade Educativa – existem algumas dicas essenciais para que exista um bom desempenho das crianças a nível escolar e para que todo o processo seja mais facilitado para os cuidadores.

  • Organizar uma rotina, que obviamente inclua o estudo mas também o lazer;
  • Acompanhar o estudo da criança e promover o estudo autónomo;
  • Respeitar os momentos de intervalo para que as crianças se mantenham atentas durante o período em que estão em aulas;
  • Sempre que possível, diferenciar a zona de estudo da zona de lazer, ou seja a criança deve ter o seu espaço adequado para estudar, e aqui deve ser um espaço iluminado, com uma mesa e uma cadeira e não colocar a criança na zona de conforto, como por exemplo o sofá.
  • É importante que exista o espaço para brincar para que quando a criança tenho o seu momento de intervalo poder usufruir da zona de descanso.

Nunca esqueça que é na escola que se libertam da família, aprendem mais sobre si e sobre o mundo que as rodeia, é onde reconhecem novas ideias e novas formas de se desenvolverem.

Saiba mais no Dossier abaixo.

Artigo escrito por Joana Francisca Gomes Pires (estagiária) – [email protected]

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