O mundo da formação é marcado por relações, complexas, que procuram metas diversas, que dinamizam ligações mais ou menos intensas, que fomentam a reflexão crítica ou ainda processos criativos em torno de um objetivo comum.
A capacidade de gerir essas mesmas relações, surgindo como uma das competências do futuro segundo o World Economic Forum, é um dos desafios da formação profissional.
Nas experiências formativas que a PsicoSoma tem promovido, desde da Formação de Formadores, Pós-Graduações, Master ou ainda Aulas Abertas, entre outras, tem se verificado um denominador comum para a criação de relações pedagógicas saudáveis e produtivas: a comunicação positiva.
A comunicação positiva é uma forma de comunicação/expressão que nos permite manter relações de confiança tendo presentes os pontos de vista e as necessidades do outro, interligando aqui conceitos como empatia, assertividade e escuta ativa.
De facto, a formação só faz sentido, porque temos elementos ativos a interagir, formando com formandos, formandos com facilitadores, facilitadores com equipa pedagógica, etc…
Para que uma comunicação positiva ocorra, os intervenientes devem promover uma inteligência emocional e praticar a estrutura de um diálogo positivo. Essa combinação permite que a ocorrência de conflitos diminua, melhora a eficácia e eficiência da comunicação e evita que o interlocutor assuma uma atitude defensiva.
Na estrutura de um diálogo positivo encontramos quatro elementos que merecem a nossa atenção: o emissor, o receptor, o conteúdo da mensagem e a forma como a mesma é transmitida.
- O emissor, que é aquele que emite a mensagem, necessita conhecer a sua dimensão, personalidade e atitudes, para ajustar conceitos, tom de voz, pausas ao seu próprio perfil.
- O recetor, a pessoa que recebe a mensagem, deve ser ajudado no sentido de promover motivação, atenção e concentração. Sem esquecer as técnicas de memorização (Tema de um próximo artigo) que auxiliam no processo de aprendizagem.
- O próprio conteúdo da mensagem deve ser oferecido em pequenos quadros temporais, surgir como claro, objetivo, livre de julgamento, opiniões e observações sem fundamento. A indicação de referências, livros, artigos é fundamental para limitar o espaço de dúvida.
- E por fim, o meio como a mensagem é transmitida, tanto a nível da comunicação verbal como da comunicação não verbal. Mais do que a aquilo que se diz, é a forma como se diz. Olhares, mãos, espaço ocupado, são alguns aspectos a considerar.
Articular os fatores que referenciamos acima irá favorecer uma comunicação positiva no seio da formação profissional. Quando se associa a comunicação positiva a a uma questão de identidade, cria-se um obstáculo ao seu alcance. Comunicar-se positivamente é uma questão de treino, saber o caminho que devemos seguir e usar as ferramentas corretas.
Vejamos 10 dicas de Comunicação Positiva que o poderão ajudar a estabelecer uma relação pedagógica de referência com os seus formandos:
- Postura com Energia, traga boa disposição, novidades positivas, algo grátis para os seus formandos que pode ser o acesso a um recurso didático;
- Eliminar o “EU” da comunicação, evitando centrar o discurso na sua pessoa, dores e emoções;
- Estabeleça proximidade, sente-se ao mesmo nível dos formandos, participe nas dinâmicas junto deles pela via de estações de aprendizagem;
- Promova o Efeito IKEA no seu grupo, envolva os formandos na construção da ideia, do conteúdo a ser debatido, e torne o formando num elemento co-criador;
- Promova a empatia, pela escuta-ativa, respeito pelas crenças e valores.
- Tom amigável no dicurso, frases como “Deixe-me ajudá-lo com isso,” “Ajudá-lo-ei com prazer,” e “Há algo mais em que o possa ajudar?”, retire o “Não” nos momentos iniciais ao seu discurso;
- Fomente a Formação em Espiral, aumenta a motivação e auto-estima nos formandos. Faça sínteses várias vezes ao longo da formação interligando as experiências dos formandos com os temas.
- Diversificar os recursos didáticos e o tipo de estímulos de aprendizagem, visando respeitar os formandos mais visuais, auditivos ou cinestésicos.
- Verbalize sempre os sentimentos, peça em vez de exigir, retire as palavras “problema”, “sala”, “aluno”, “formador” do seu discurso.
- Face a uma dinâmica: role playing, action maze ou autoscopia, antes de dar o feedback, organize as informações, faça anotações, releia, e depois partilhe e demonstre interesse pelo que viu. Siga sempre a regra: 3 elogios para 1 elemento a melhorar, o aspecto a melhorar será encarado como um desafio e não um problema.
Desta forma, a comunicação é capaz de promover coesão; aumentar desempenho, criar concordâncias e unidade em processos e diretrizes.
Esperamos que estas dicas venham a ser úteis para todos os Facilitadores que visam melhorar a cada dia.
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Sofia Rodrigues (Departamento de Marketing e Comunicação
e Julien Diogo (Coordenador Pedagógico PsicoSoma).
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